sábado, 11 de agosto de 2012

#Resenha: As Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos


Título original: A Song of Ice and Fire: A Game of Thrones
Autor: George R. R. Martin
Editora brasileira: LeYa
Páginas: 592
Preço: R$ 49,00
Sinopse: Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha - uma cruel mulher do clã Lannister - e sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda sua família.

Ser imparcial com uma obra perfeita como essa é uma tarefa quase impossível. Escrito por George R.R. Martin, A Guerra dos Tronos é o primeiro livro da saga As Crônicas de Gelo e Fogo. Para ter uma breve noção da saga e do potencial de George, ele foi comparado ao Tolkien, algo como um "Tolkien da atualidade" tal como as histórias foram comparadas, igualmente. É certo que Tolkien é o mestre e que suas obras foram épicas, mas George alcançou um nível muito próximo de J.R.R Tolkien


A história se passa em Westeros, há eras atrás, numa época de reinados, cavaleiros e magia. Os dragões jaziam extintos há 300 anos. Os velhos deuses foram abandonados pela maioria dos povos e os Outros não faziam aparição há cerca de 10.000 anos. As histórias da Velha Ama diziam o contrário e, embora fosse dito que eram somente histórias, parecia realmente que o inverno estava chegando. Eddard Stark é lorde da família Stark, de Winterfell, no Norte. Após a misteriosa morte da antiga Mão do Rei, Jon Arryn, o rei Robert Baratheon, grande amigo de Eddard, faz uma longa viagem até Winterfell para nomeá-lo Mão do Rei. Teoricamente, a Mão do Rei é quem faz todo o trabalho de um rei quando este não pode ou não quer fazê-lo. Como diz um ditado de Westeros "O rei caga e a Mão limpa" (grosseiro, mas você vai encontrar muito disso no livro). Mas quando assume o cargo, Eddard se depara com um dever muito maior do que aqueles que uma Mão do Rei normal teria: manter o rei, suas filhas e a si próprio das armadilhas mortais dos Lannister e do resto da corte em Porto Real (capital de Westeros, onde se encontra o rei). Ao Norte, o bastardo de Eddard, Jon Snow, segue na Muralha, uma grande parede feita de gelo que protege e separa Westeros da Floresta Sombria onde sempre neva e onde, segundo as lendas, os Outros viviam. Do lado "inimigo" mas não sendo um inimigo, encontramos Tyrion Lannister, um anão filho de Tywin Lannister, lorde dos Lannister, e irmão de Cersei Lannister, mulher de Robert e rainha de Westeros. E além do Mar Estreito, na terra dos dothraki, Daenerys Targaryen, a última descendente Targaryen, da linhagem do dragão, têm de aprender a conviver com seu novo marido, o Khal (rei dothraki) Drogo, e seu povo. Ela tem que aprender a língua e os costumes dothraki, tudo para que o Khal dê ao seu irmão, Viserys Targaryen, um exército de 40.000 homens dothraki para atravessar o Mar Estreito, atacar Porto Real e recuperar o Trono de Ferro, que é seu, por direito. 

A escrita de George é magnífica! A narrativa não é confusa, talvez seja um pouco diferente do padrão dos livros de aventura e ficção, mas é fácil de se acostumar. O livro possui oito POV's (Point of View): Eddard Stark, sua mulher Catelyn Tully, seus filhos Bran, Arya e Sansa Stark, o bastardo de Eddard, Jon Snow, Tyrion Lannister e Daenerys Targaryen. Cada um conta um lado da história, mostrando sempre o que acontece em diferentes lugares, em diferentes momentos, tirando a monotonia comum nos livros da atualidade. Se não bastasse isso, cada ponto de vista é emocionante e surpreendente. Claro, existe um ou outro personagem que, em um momento ou outro, você não vai simpatizar muito com ele(a) mas, mais pra frente, você vai, provavelmente, amar seus capítulos. Em narrativa e conteúdo o livro é nota dez!

Agora, vamos falar do assunto principal quando se faz referência aos livros de "As Crônicas de Gelo e Fogo". Sim, o livro é muito grosso, as páginas são quase totalmente preenchidas e as letras são pequenas. É um livro enorme, de fato, mas quando você pegar ele pra ler, de verdade, não vai nem reparar no tamanho. Se você é daquele tipo de leitor que fica olhando as páginas para ver quanto falta para acabar o capítulo/livro, é melhor se desapegar ao hábito, pelo menos enquanto lê os livros de George R.R. Martin. Quanto mais você foca no tamanho do livro, e não no conteúdo, mais você vai ficar com agonia e vontade de abandonar o livro. Centralize-se na história e o tamanho vai passar despercebido.

A história do livro é excêntrica, emocionante, sombria, misteriosa e até mesmo engraçada em alguns pontos. É aquela leitura que, aos poucos, vai prendendo você, colando você ao livro. Eu gostei muito, muito mesmo! Nunca pensei em abandonar a leitura, mesmo levando exatamente um mês para ler (na verdade, se eu focasse nele e não em computador, video-game e escola, eu terminaria em duas semanas, no máximo).

Vale ressaltar as expressões vulgares do livro, que são uma das grandes diferenças das obras de Tolkien. Palavrões leves e extremos e algumas "cenas literárias" envolvendo sexo estão presentes na história, mas não deixe que isso influencie na sua vontade de ler, não é aquela coisa "solta", tem todo um contexto envolto ali.

Assim que terminei o livro, no mesmo momento, sem exagero, corri para o segundo livro (que eu já tinha comprado/ganhado de aniversário, que, aliás, é hoje), A Fúria dos Reis. Em breve uma resenha dele aqui!

Nota: ★★★★

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