(créditos da imagem: divergentebrasil.com)
Título original: Insurgent
Autora: Veronica Roth
Editora brasileira: Rocco
Páginas: 511
Preço: R$ 39,50
Sinopse: Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama - e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor.
Insurgente vem como
sequência de Divergente, carregando a importantíssima posição como seguimento
dos chocantes, incríveis e, até certo ponto, aterrorizantes acontecimentos que encerram
o livro anterior, tendo a responsabilidade de responder todas as interrogações (ou, pelo menos, a maioria delas) deixadas naquele final super-dramático. Repleto de emoção e surpresa
do começo ao fim, Insurgente, tal como seu antecessor, é um livro que,
literalmente, te prende, te vicia na leitura. Com constantes reviravoltas
surpreendentes, os capítulos continuam muito cativantes e, geralmente, mantém
aqueles cliffhangers épicos no final.
Tris Prior encontra-se numa
situação onde sua vida baseia-se em suas escolhas. Incapaz de descansar (tanto fisica
quando psicologicamente), a protagonista se vê numa “distopia de distopia”, com
sua sociedade “ideal”, antes tão organizada em cinco facções baseadas em
princípios morais e intelectuais, beirando à ruína, tendo seu sistema
governamental e social gravemente danificado. Numa verdadeira progressão do
caos, Tris encarrega-se, junto de seus companheiros (alguns já conhecidos de
Divergente, outros novos, inseridos no decorrer da história), de buscar uma
solução para a crise de sua cidade. E é aí que entra a principal questão do
livro: deveria ela buscar apenas uma solução, um caminho para a paz ou a
verdade por trás de toda a desordem, do mistério sobre a origem de sua cidade e
o que há além dela, e, sobretudo, de sua própria divergência, que põe em risco
tanto a sua vida quanto a das pessoas que ama?
Assim como em Divergente,
aqui nos deparamos com uma mistura bem ponderada de romance, adrenalina,
tensão, comédia e suspense. Não espere que Veronica Roth o poupe de se apegar a
personagens e, de repente, vê-los morrer dos modos mais emocionalmente brutais
possíveis.
Em Insurgente, deve-se
evitar ao máximo rotular as personagens e tentar prever suas ações. Há uma
verdadeira subjetividade em cada um dos protagonistas da segunda parte da
história, o que garante muitos momentos de surpresa, a ponto de gritar
palavreados, fechar o livro e fitar qualquer coisa, boquiaberto, durante alguns
minutos, a fim de processar o que acaba de acontecer. "Aliados se tornam
inimigos, inimigos se tornam aliados"... Seria uma boa descrição das
reviravoltas de personagens no livro, entretanto, no final, chega-se à
conclusão de que, nessa batalha por sobrevivência e verdades, não há aliado,
tampouco rival, são todos juntos por uma causa, mas, ao mesmo tempo, cada um
por si, e o terror psicológico é tão grande que você não pode confiar nem a si
mesmo como um amigo.
Aproveitando a deixa, não
posso ficar sem mencionar o terror psicológico de Tris. Em decorrência dos
eventos do primeiro livro, ela carrega um desespero próprio que apenas se junta
aos seus novos conflitos internos, decorrentes de acontecimentos externos dos mais
diversos níveis (desde uma briga com seu namorado, Tobias/Four, até o controle
total dos membros de uma facção – novamente –).
A apresentação (e, em alguns
casos, reapresentação) das sedes das cinco facções é um dos ápices positivos de
Insurgente, mostrando não só a ambientação estrutural (que, por sinal, é incrível
e muitíssimo bem descrita em todas as facções), mas também a organização social
e produtiva, detalhando desde as roupas padronizadas de cada facção até as
respectivas posições políticas, econômicas e científicas.
Depois de não conseguir
concluir a leitura de cinco livros, Insurgente veio me trazer novamente o gosto
de se apegar insanamente a uma obra literária e o prazer (e depressão por não
ter o próximo livro em mãos) de conseguir terminá-la por vontade própria e não mera
obrigação.
A maior amplitude geral no
livro, no que diz respeito, principalmente, à exploração de lugares,
personagens, facções, histórias, conflitos e emoções, é o que faz de Insurgente
uma incrível e perfeita sequência de Divergente, chegando – na minha opinião –
a superá-lo, que, até então, era tido por mim como o melhor livro distópico que
eu já li (se duvidar, no ranking geral também estava em primeiro).
Recomendo totalmente
Insurgente, se você leu e gostou de seu antecessor, mas esteja preparado para
sofrer (e muito) junto de Tris Prior nesse livro que, por fim, vem introduzir o
Grand Finale do incrível mundo de Divergente!
Nota: ★★★★★
P.S. pessoal do autor: o
final desse livro foi ultra-mega-power incrível, surpreendente, insano, podendo
ser resumido, basicamente em “DLKJASKSHLIUEYOWUOHFAJKX NJLHSAJKGWJG DDallfhlUIKekgdffhkghGHGKH”
junto de alguns palavrões carregados de emoção.
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