#Resenha: O Filho de Netuno

Título original: The Son of Neptune
Autor: Rick Riordan
Editora brasileira: Intrínseca
Páginas: 432

Sinopse: Em O Filho de Netuno, Percy está confuso após acordar de um longo sono e não sabe muito mais que o próprio nome. Mesmo quando a loba Lupa lhe conta que ele é um semideus sua, mente continua nebulosa. De alguma forma, Percy consegue chegar a um acampamento de meios-sangues, mas surpreendentemente o lugar não o ajuda a recobrar qualquer lembrança. A única coisa que consegue recordar é outro nome: Annabeth. Agora, deve ajudar este novo acampamento a deter o Alcionei, salvando Tânatos, e a recuperar o Estandarte da Águia, perdido no Alasca, território onde os deuses não podem entrar e onde o titã Alcioneu reina. Junto à Hazel, uma misteriosa filha de Plutão que deveria estar morta, e a Frank, um semideus totalmente desengonçado e tímido que desconhece sua paternidade divina. (retirado, em parte, de http://www.skoob.com.br/livro/182604/)

E, mais uma vez, Rick Riordan chega com uma história explosiva! Cheio de aventuras, surpresas e segredos, O Filho de Netuno é um livro recomendado para todos os jovens que leram e gostaram de Percy Jackson e os Olimpianos e/ou de O Herói Perdido. Embora siga o mesmo "roteiro" que vem se seguindo em todos os livros de Rick Riordan: o herói que não sabe que é herói, descobre que há um vilão à solta e que ele é o encarregado de combater esse vilão; vai atrás dele com dois companheiros e de um modo extremo vence e volta para o lugar de onde veio, onde todos o recebem com felicidade e gratidão. Ainda assim, O Filho de Netuno consegue se desviar, secretamente, desse script, dando um tom de mistério à história.

Quem já leu "Percy Jackson e os Olimpianos" vai se surpreender com um "amadurecimento" no personagem de Percy Jackson. Eu, pessoalmente, vi-o, finalmente, como um verdadeiro herói, porém ainda permanece, de certo modo, como aquele garoto "vulnerável a tudo do mundo dos deuses greco-romanos".

Percy Jackson e os Olimpianos: uma das sagas
de Rick Riordan, precede, cronologicamente,
Os Heróis do Olimpo.

A coisa que eu mais admirei em O Filho de Netuno foi o foco nos dois outros personagens principais e em suas histórias. Temos Hazel, filha de Plutão (Hades, no grego), que tem um passado sombrio. Ela deveria estar morta, porém foi "salva" dos Campos de Asfódelos (você vai entender o que é isso, se não sabe, lendo o livro) por alguém que já conhecemos bem nos livros anteriores de Percy Jackson. Além da Hazel, temos o Frank. Ele é completamente atrapalhado, suas únicas boas habilidades são o uso de um arco de flechas e a tática de guerra (ele elabora ótimos planos). Sua mãe morreu numa guerra, desde então vive com sua avó, que insiste em dizer que ele descende dos deuses romanos e dos chineses também e que ele tem uma habilidade incrível. Algo excepcional de Frank é que sua vida depende de um pedaço de madeira (parece idiota, mas você vai ver que não é... tanto). Só falta para ele descobrir quem é seu pai e qual a sua tal "habilidade".

Uma coisa que admirei muito nesse livro também foi o Acampamento Júpiter. Enquanto o Acampamento Meio-Sangue é algo calminho, feliz e "frufru", o Acampamento Júpiter é enorme, bruto e rigoroso. Durante a estadia no acampamento, os três protagonistas recebem a missão de ir ao encontro do titã Alcioneu e libertar o deus da morte (não é Hades) Tânatos. 

Rick Riordan, autor das séries Percy Jackson e os
Olimpianos, Os Heróis do Olimpo e As Crônicas dos Kane.

O modo como esse trecho principal se desenvolve, simultaneamente às histórias de Percy, Hazel e Frank é único, só o grande Rick pra fazer uma arte assim. Ambos batalham para encontrar Alcioneu e Tânatos, enquanto Percy tenta recuperar sua memória, Hazel sofre com seus "blecautes" revelando sua história verdadeira e enquanto Frank tenta usar a habilidade de seu pai e entender a sua descendência chinesa. Não conhecia muito o lado "romano" da mitologia e Rick Riordan soube introduzir bem a mitologia para nós. Só introduzir, porque não se aprofundou muito no assunto.

Em suma, é um livro muito bom, do tipo que você reserva um tempinho pra ler a cada dia. Ainda assim, com todos os elogios e qualidades, O Filho de Netuno permanece como uma história "juvenil" e não chega a ser aquele livro que você quer ler toda hora e que quando pega não quer mais largar (a não ser que você seja um mega fã da saga, ou que esteja desesperado pra ler o livro).

Nota:  ★★★★★